sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PDVSA continua no projeto da refinaria em Pernambuco

PDVSA continua no projeto da refinaria em Pernambuco, diz ministro venezuelano

Ramirez confirma participação da estatal em obra e diz que falta de pagamento será resolvida em breve.

O ministro de Energia e Petróleo da Venezuela e presidente da PDVSA, Rafael Ramirez, afirmou nesta terça-feira que a estatal venezuelana continua participando do projeto da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, apesar dos problemas com o financiamento do projeto.

Até agora a PDVSA não pagou o valor inicial estabelecido no contrato com a Petrobras, de US$ 400 milhões, para efetivar a parceria com a estatal brasileira que tem arcado com os custos da construção do projeto.

A estatal brasileira já gastou R$ 4 bilhões na refinaria.

"Ratificamos nossa participação na refinaria Abreu e Lima, estamos trabalhando o assunto do financiamento", afirmou Rafael Ramírez, no palácio de governo, logo após o encontro entre os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Juan Manuel Santos.

"É um acordo que envolve os dois presidentes e nós temos que honrar a palavra e o compromisso. (Quando assinaram o acordo) Estava a ministra (de Energia) Dilma (Rousseff) também, que agora é a presidente", afirmou.

'Tempo dos banqueiros'


O principal problema para a concretização do acordo entre as estatais está nas garantias que a PDVSA precisa oferecer ao BNDES para assumir sua parcela de 40% , equivalente à R$ 3,9 bilhões - no empréstimo de R$ 9,8 bilhões que foi concedido pelo banco para o projeto.

Ramirez disse que o problema está no "tempo dos banqueiros do BNDES", responsável pelo financiamento do projeto, mas que há uma decisão política de manter a participação venezuelana na construção da refinaria.

"Estamos discutindo (com o BNDES) o financiamento de 40%, que é a parte que nos corresponde", afirmou Ramirez.

De acordo com Asdrubal Chávez, vice-ministro de Energia, a Venezuela "já tem pronto" o pagamento inicial de US$ 400 milhões "que entregaremos quando se estruture a parte financeira do projeto. O resto dependendo do financiamento que estamos buscando (com o BNDES)", afirmou o vice-ministro à jornalistas na sede do governo.

O acordo para a construção da refinaria foi firmado em 2005 entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente venezuelano Hugo Chávez. Há um ano, as estatais petroleiras firmaram o acordo de associação, porém a PDVSA ainda não pagou sua cota inicial, correspondente a uma parcela dos 40% de participação acordado no convênio de associação com a Petrobras.

A dificuldade para o cumprimento do compromisso está que o BNDES, encarregado de financiar o aporte venezuelano, disse o empréstimo ainda não foi entregue "por falta de garantias" do lado venezuelano.

O projeto original da refinaria, com custo inicial estimando em 4,5 bilhões, mas que pode triplicar a até US$12 bilhões, deverá processar 220 mil barris de petróleo por dia, dos quais, a metade do petróleo seria importado da faixa petrolífera do rio Orinoco, na Venezuela.

As dificuldades para que o projeto saia do papel não é de hoje. O presidente Lula chegou a comparar PDVSA e Petrobras como duas "misses vaidosas" em disputa.

Há duas semanas, o jornal O Estado de S.Paulo afirmou que a PDVSA estaria "virtualemente excluída" do projeto da refinaria por não ter pagado a cota inicial do projeto. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Fonte: O Estado de São Paulo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Luz solar vira energia para a navegação

Luz solar vira energia para a navegação

Motivados pela possibilidade de criar uma embarcação que não poluísse o ambiente, alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) criaram um barco movido a energia solar. A equipe Vento Sul, inspirada em uma palestra na universidade, em abril de 2009, resolveu criar o Catamarã. A intenção era mostrar que um barco elétrico é viável, não polui e não precisa de manutenção constante. As placas fotoelétricas recebem a luz e repassam a um controlador de carga, que distribui ao motor e à bateria. Quando não há sol, o motor usa a energia armazenada na bateria.

O primeiro projeto, de fibra de vidro, material considerado pesado, venceu o Desafio Solar Brasil, competição que ocorreu em Paraty (RJ), em julho do mesmo ano. Com o fim das aulas, em 2009, alguns alunos se formaram, e a equipe foi reformulada. Com novos integrantes, vieram novas ideias e uma outra embarcação foi construída. Com custo de R$ 60 mil, financiados por empresas, veio o Guarapuvu.

– Precisávamos de um barco superior. Investimos em todas as tecnologias possíveis, trocamos o material da carcaça, que agora é de fibra de carbono, muito mais leve – conta Tássio Simioni, estudante de Engenharia Química e coordenador da equipe.

Com a criação, o grupo de 20 estudantes estava pronto para participar do Frisian Solar Challenge, a competição mundial de barcos solares, que ocorreu em julho, na Holanda. Na seleção, dividida por classes, a equipe Vento Sul ficou na 17ª posição entre 26 competidores, mas ganhou destaque como embarcação mais leve e melhor equipe novata não europeia.

– Tivemos problemas técnicos por falta de testes, o que comprometeu a classificação. Mas ganhamos elogios, por aplicar técnicas diferenciadas.

Fonte: Jornal de Santa Catarina/DIEGO MADRUGA|Florianópolis